O MEU CARRO* NA ESTRADA ENQUANTO O TEMPO ME DEIXAR PASSAR...
Minhas mãos....acariciando o volante, já foram tantos carros, tanta
estrada, quantas pessoas ao meu lado enquanto as paralelas, duas à
duas, nuas, circulando meus pensamentos... Sol e chuva, paisagens e
caminhões, posto e cafés, paradas pra um cigarro..
Nem melhor, nem pior, não sou o sensacional, nem o fracasso total
sou aquele que já fui amado e odiado, esperado e despedido, fotos
pela casa, cabelos longos e careca, viajando sempre, como se meu
destino fosse chegar, mas sempre indo e vindo, chegando e saindo
como se meu rosto jovem fosse ficar sempre assim...
Direção, volante e freios, curvas e Br 101, Restaurante Represa, a
Capela no Posto Santo Expedito, musicas no ar, estorias e histórias
amadas e bandidas, vestidos e calcinhas, relógio, ANEL, matula no
Zé Trovão, viola na Ana Raio, estrela* no Relâmpago, ampulheta em
ação...
Até quando conseguir, até quando o tempo me deixar passar... No
mesmo caminho, sempre diferente...A moça que espera, o berço que
está na loja, a Avó que quer ser Bisavó, o Site que fala de Letras, e
o velocimetro que não para..
Quem me viu, me ouviu, pode sorrir comigo, até mesmo meus bons
inimigos, sentem saudades...Quem me amou, se lembra até hoje do
meu perfume, quem ainda me espera nunca tem a certeza que vou
chegar, apesar de já ter rodado em dias de chuva, por estradas de
barro e barreiras caidas...
Estou indo...até quando o tempo me deixar...
trindade
Enviado por trindade em 06/06/2012