trindade

" A   verdade    nua    e   escancarada "

Textos

AMOR DESCOLORIDO

    Amor, eu sinto, eu não vejo, mas te imagino...
    Amor, eu vejo tua blusa, tua cintura e o perfume do teu corpo é
como se fosse um incenso á perfumar a casa toda, os teus pelos e
as curvas das tuas pernas, segurando-me forte, faz com que faça
brilhar mais estrelas do que eu podería imaginar...
    Não se trata de poesia, nem de versos de amor, trata-se logo de
um grito, um desabafo no meio da noite, onde eu seguro o cigarro e
bebo o café, sinto saudades do Rivotril, do whisk e outras coias que
faz tempo que nem sinto o cheiro....
   Não falo e nem escrevo para ser condecorado, meu texto é  para
os mortos, e eles não se preocupam com a " classe da escrita", eles
querem apenas se comunicar, minhas letras são flechas, vagando
sem rumo na noite escura, caçando o alvo, mas sem a menor direção
meu vocabulário é desconexo, insâno e sem cor
   Meus parágrafos, meus pontos e minhas vírgulas estão por completo
embriagados, zanzando pelas calçadas, com um litro nas mãos, não
consigo conectar a chave na partida do carro, e muito menos dar o
sentido ás marchas, me encontro sem placas, sem guia e me achar
sería uma aventura...
   Talvez meu rumo de direção fosse como o rumo dos morcegos, que
se guiam pelos sons, e mando musicas, mas  recebo apenas sons de
adeus, e se torna impossível me guiar assim..., eu sinto o cheiro da
noite e escapo de mim mesmo, enquanto dura o efeito   dos  meus
remedios, mas quando o poder da cura passa, a dor aumenta ainda
mais...
   Não consigo ver as cores, perdi a cor : Perdi o encontro, achei o
adeus, descolei as penas das asas e encontrei-me agora sim, como
uma alma penada, arrastando correntes pelo assoalho da casa que
eu morei um tempo...
   Sou analfabeto, inteirinho estúpido..., só consigo escrever teu
nome do vidro embaçado do carro, nas noites onde me perco nas
ruas tentando te achar...

trindade
Enviado por trindade em 17/11/2011


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras